sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Feliz e Abençoado Ano Novo !

Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil

Estamos iniciando um Novo Ano com muita alegria, pois teremos uma comemoração muito especial para todos nós, que de alguma forma, estamos ligados à Imigração Japonesa ao Brasil. Este ano se completam 100 anos que o Navio KASATO MARU partiu do Porto de Kobe, transportando a primeira leva oficial de imigrantes para o Brasil.

A mensagem do Ano Novo - 2008, de D. Marcelino Tani Daiji, Bispo de Saitama, além de referir-se à Beatificação dos 188 Mártires do Japão, no dia 24 de novembro próximo, em Nagasaki, ressalta com alegria o acontecimento muito importante do Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil.

Recebendo na sua Diocese muitos descendentes de japoneses vindos de toda a América Latina, D. Tani tem demonstrado grande solicitude pastoral para com eles, e está empenhado para construir uma nova Igreja na cidade de Joso, Ibaraki-ken, onde vivem muitos Latinos. Já esteve três vezes no Brasil e visitou também vários países da América do Sul, para conhecer de perto seu povo e sua cultura. Ele acredita que a variedade cultural e a vivência cristã trazidas pelos descendentes vão enriquecer a Igreja no Japão.

Todos nós que temos a experiência de viver num País diferente de onde nascemos, sabemos como é a vida dos imigrantes num país de cultura, língua e costumes diferentes. Podemos imaginar, portanto, como foram as dificuldades e sofrimentos que os primeiros imigrantes japoneses experimentaram no Brasil, numa época em que não havia muitos recursos materiais nem assistência social, como hoje.Reconhecemos que herdamos seus sofrimentos e angústias. Mas também temos que reconhecer que recebemos as riquezas de duas culturas: do Japão e Reconhecemos que herdamos seus sofrimentos e angústias. Mas também temos que reconhecer que recebemos as riquezas de duas culturas: do Japão e do Brasil. E isso faz a diferença, pois percebemos o mundo de maneira diferente. Saber entender o mundo a partir dessa raíz dupla, nos possibilita contribuir à Igreja e à sociedade Japonesa com os valores que herdamos de nossos pais e avós – o espírito de luta, a honestidade, amor e diligência ao trabalho e valorização da vida familiar. Ao mesmo tempo, tendo recebido a influência positiva da cultura cristã no Brasil, a nossa contribuição será a de dar sentido e valorizar a vida, dando maior alegria e felicidade na convivência, superando as dificuldades com fé e confiança em Deus.

É hora de nos despertarmos para esta consciência, assumir com fé e coragem esta missão especial que temos, como Cristãos, neste País, pois o Apóstolo São Paulo nos diz: “... Já é hora de vocês acordarem: a nossa salvação está agora mais próxima do que quando começamos a acreditar.” (Rom. 13,11).

“... Testemunhamos o amor de Cristo que também experimentou a vida de imigrante, ao fugir para o Egito.” (Mt 2, 13-15).

Que neste Novo Ano, todos nós possamos dar um passo qualitativo, conscientes de que cada dia escrevemos uma parte da nossa história de "Comunidade Peregrina" para o Reino definitivo de Deus, que o Evangelho de Cristo nos propõe.

Ir. Teresa Mitsue Shirahama
Carmelitas da Caridade

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Mensagem de Natal de Dom Alessandro Ruffinoni para os migrantes do Japão


Caríssimos irmãos e irmãs migrantes.

Em ocasião das festas de Natal e de fim de ano quero, em nome da Igreja do Brasil, desejar a todos vocês um Feliz Natal e um ano novo cheio de paz, saúde e felicidade.
Sou Dom Alessandro Ruffinoni, bispo auxiliar de Porto Alegre, RS. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nomeou-me como bispo referencial da pastoral para os brasileiros no exterior. Estou substituindo a Dom Laurindo Guizzardi que muitos de vocês devem conhecer por sua presença e incentivo durante os 12 anos em que atuou em nome da CNBB.
Sinto-me orgulhoso e honrado por esta nomeação, porque permite-me de estar perto de vocês, tentando de ajudar naquilo que o migrante muitas vezes mais necessita: ser acompanhado na caminhada de sua fé. Este trabalho faz parte do carisma de minha Congregação Scalabriniana, que nasceu mesmo para acompanhar os migrantes que deixam a sua pátria buscando uma vida melhor. Junto comigo trabalha a irmã Maria do Carmo, também Scalabriniana, que me ajuda muito em acompanhar esta realidade em que se encontram tantos nossos migrantes brasileiros.
A Igreja do Brasil, como Mãe, não pode esquecer estes seus filhos e filhas, que, por vontade própria ou obrigados pelas dificuldades da vida, decidiram escolher o caminho da migração.
O nosso compromisso, como responsáveis da pastoral pelos migrantes, é sensibilizar Bispos, Sacerdotes, religiosos/as brasileiros para que dediquem um tempo aos nossos migrantes como missionários e missionárias. A Igreja de onde eles saíram não pode e não deve abandonar estes seus filhos como ovelhas sem pastor. E a Igreja de acolhida deve ser sensível em acolhê-los com amor e dignidade. Porque na Igreja ninguém é estrangeiro. Ela é mãe e como mãe ama a todos sem distinção. O nosso trabalho é também de falar com os Bispos que acolhem vocês para que destinem, onde é possível, um sacerdote do lugar; ou permitam que outros sacerdotes e missionários da mesma língua e do mesmo País dos migrantes venham para ajudar e colaborar.
É a Igreja, pela qual não existem barreiras, raças e nações, mas um único povo de Deus, que se preocupa com os seus filhos e filhas.
A todos vocês que, a partir de hoje, chamamos de irmãos e irmãs queremos desejar um feliz Natal. Espero, um pouco por vez, poder visitá-los e estreitar uma forte amizade. Estamos pensando, para o ano de 2008, enviar nas comunidades a imagem da Virgem Aparecida, começando nas Américas. Este vai ser o sinal de que a Igreja do Brasil está comprometida em acompanhar os migrantes e a dizer-lhes que os ama. Agradeço pela fé e o bem que estão espalhando pelo mundo inteiro.
Um forte abraço a todos e todas com a minha bênção.

Gravataí, Natal 2007

Dom Alessandro Ruffinoni, CS
(foto copiada da página da Prefeitura de Gravatai-RS)

Padre Carlos Botura volta ao Brasil


"O amigo bom e fiel vale mais do que um tesouro”, diz a Biblia.

Quem conhece o Padre Carlos tem tudo para testemunhar que este versículo
está totalmente integrado na pessoa dele. Mas, não é só isso. Na pessoa,dele além do amigo bom e fiel, está o sacerdote Carlos ,dedicado, alegre, prestativo e serviçal ao Reino do Pai, sempre atento às necessidades dos migrantes brasileiros, procurando alimentá-los com a Palavra de Deus e com a Eucaristia, alimento que dá força e faz viver com fé nas horas de sofrimento e ser agradecidos pela felicidade que se conquista com perseverança na luta.
Depois de dedicar quatro anos aos migrantes brasileiros e latino-americanos nas prefeituras de Nagano, Yamanashi e Kanagawa, Padre Carlos volta para a sua Diocese de Campo Grande, MS., Brasil. no dia 9 de janeiro de 2008. O bispo precisa dele para concretizar os pragramas de formação e pastoral de sua diocese.
A partida do Padre Carlos nos deixa tristes e com um sentimento de vazio, pois os migrantes latino-americanos não mais receberão a influência direta de sua pessoa apostólica e consequente. Por outro lado, estamos orgulhosos por ser ele um sacerdote cujo trabalho enriquece a Igreja e o Reino, em qualquer lugar que ele esteja.
“Um dia a gente vai se encontrar”, canta Milton Nascimento. Para quem é amigo, as distâncias e o tempo são apenas detalhes. Amor, amizade, companheirismo vão além das fronterias, dos mares e dos continentes. Padre Carlos parte,mas nossa amizade continua.
Migrantes brasileiros e latinno-americanos agradecemos a Deus por terem tido a graça de ser enriquecidos com seu trabalho. Estaremos unidos a ele pela oração e amizade. “Amigos são para sempre”.

Pe. Olmes
Missionário escalabriniano
Tóquio

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Bispo visita Mitsukaido

No último dia 18 de novembro, a comunidade de Mitsukaido teve a alegria de receber o Bispo D. Marcelino Tani Daiji pela primeira vez. Ele celebrou a missa, em português, com o Pe Olmes. A Irmã Teresa traduziu a homilia, durante a qual ele estimulou as crianças com várias perguntas. Elas, por sua vez, homenagearam-no rezando a oração do Pai Nosso em japonês. Parabéns à Comunidade de Mitsukaido, que na expectativa pela construção da Igreja de Joso, continuam cultivando a alegria da fé cristã reunindo-se no salão comunitário da cidade.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Jornal Peregrinos: "Natal, tempo de reflexão"


NATAL , TEMPO DE REFLEXÃO

Chegamos ao final de mais um ano e aqui nesse país parece que o tempo passa rápido demais. Quase não temos tempo para nós mesmos, para os nossos familiares, muito menos para outras pessoas. Mas, com o tempo, também passa a nossa vida aqui na Terra, e aí fica a pergunta: “O que fiz e estou fazendo pelo meu próximo?” Em Dezembro celebramos o Natal, o nascimento Daquele que, morrendo, deu a vida em plenitude para que nós pudessemos ser felizes. Ele nos ensinou que, para ser feliz de verdade, é necessário doar-se e servir a Deus e nossos irmãos. Penso que nenhum de nós está aqui por acaso, pois não existe coincidência, mas sim a providência divina. Celebrar o Natal com presentes, árvore de Natal, comida e bebida, sem se importar com o sofrimento de inúmeros irmãos nossos aqui, seria uma celebração sem sentido. A Sagrada escritura diz que os reis magos voltaram por um “outro caminho”, depois de terem encontrado o Menino Jesus (Mateus 2,12). Talvez a celebração mais digna do nascimento do menino Deus devesse mesmo acontecer dentro de cada um de nós, com uma mudança radical no estilo de vida. Celebrar o Natal requer de nós uma atitude. Que possamos pedir a Maria nossa mãe que interceda por cada um de nós para que tenhamos um coração como o dela, voltado para as coisas do alto e cheio de graça de Deus.

Que Deus nos abençoe e nos dê um Feliz e Santo Natal.

Roque Antonio dos Santos
Comunidade Católica de Ota

Jornal Peregrinos: "Onde estás, o esperança"

ONDE ESTÁS, Ó ESPERANÇA !

Certa vez, num cantinho escuro do mundo, quatro velas conversavam. Pareciam estar bastante desanimadas.

A primeira vela disse:

- Eu me chamo PAZ. Mas, para que sirvo? Há tantos conflitos, desentendimentos, brigas, guerras... Não me procuram para o seu coração, nem para os seus lares, nos trabalhos, nem nas decisões importantes dos Governos... Para que sirvo, afinal?

E decepcionada, foi se apagando, pouco a pouco.

A segunda vela disse:

- Meu nome é FÉ. Eu também estou sobrando. Não há mais lugar para mim. Parece que não querem saber nada de Deus, nada que se relacione com Ele. Tudo se resolve com o dinheiro. Parece que dá para comprar de tudo...

E a sua chama foi ficando cada vez mais fraca até que se apagou.

E a terceira vela disse:

- Eu me chamo AMOR. Ás vezes penso que se lembram muito de mim. O meu nome aparece nos escritos, nas canções, nas propagandas comerciais, sobretudo em datas especiais como Dia de Alguém... mas quando chego para atendê-los, não é de mim que precisam. Deixam-me de lado, cada um olha para si e se esquece dos demais. Fico sempre de lado.

E, triste, foi se apagando...

Nisso entrou, correndo, uma Criança, viu as velas apagadas e disse:

- Oh! Não! Estão quase todas apagadas! Assim, o mundo fica muito escuro.

A quarta vela que humilde e escondida mantinha ainda sua frágil luz, atreveu-se a dizer:

- Olha! Eu estou aqui. A minha luz é pequena, mas enquanto eu estiver aqui posso acender as outras velas. Eu me chamo ESPERANÇA.

A Criança ficou feliz com o achado. Inclinou-se com cuidado sobre a pequena chama, e protegendo-a carinhosamente, com a palma da sua mão, acendeu a PAZ, acendeu a FÉ e acendeu o AMOR.
E o mundo ficou de novo iluminado.

Ir. Cazuko Horie
Carmelita da Caridade de Vedruna

(texto adaptado de autor desconhecido)

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso”.
Is.9,1.


(artigo do Jornal Peregrinos impresso edição de dezembro 2007)

Mapa de acesso - Igreja Católica de Tsuchiura

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