domingo, 18 de maio de 2008

Retiro em Tomobe

No dia 3 de maio, na Igreja de Tomobe, a Comunidade de Tsuchiura realizou um retiro especial para as crianças e adolescentes que estão se preparando para Primeira Eucaristia e Crisma. Foi um dia agradável em família, onde juntos aprenderam um pouco mais sobre a alegria da fé cristã e os sacramentos. O almoço delicioso, preparado pels mães, proporcionou um momento de muita descontração entre os partipantes. O Irmão Francisco, da Igreja de Tomobe, animou ainda mais o intervalo de almoço com um show de mágica.

Agradecemos ao Pe Nelson, a Irmã Teresa e à catequista Valéria, e também aos pais, pela organização e realização desse retiro.






domingo, 11 de maio de 2008

Reflexão e oração


Maio, um mês com a mãe Maria
(preparado por Pe Olmes Milani)
Como fazer: ponha sobre uma mesinha, uma estampa ou estátua de Maria, a foto de uma mãe de sua família e uma flor. Reúna a família e amigos. Dê-lhes as boas vindas. Quando estiver tudo pronto, inicie lendo esta história:
O senhor Cláudio, era um homem simples, trabalhador, e alegre, casado com sua esposa Mariza, uma mulher amorosa e dedicada. Tinham dois filhos e, não viam a hora que nascesse o terceiro, pois Mariza estava grávida. O Dia chegou. Mariza foi internada na maternidade. onde daria à luz. Durante a trabalho de parto, devido a complicações sérias, Mariza teve que ser operada às pressas. Infelizmente, ela faleceu. A criança, porém, nasceu viva e sadia. O nome escolhido foi Leila Maria.
Com a ajuda de amigos e familiares, o Sr. Cláudio, lutava muito para educar e criar seus três filhos. Por isso era muito admirado por todos e Leila Maria virou o “xodó” de todos. Leila Maria crescia bem e bonita, embora nunca tivesse visto o rosto da mãe e nem tivesse recebido dela o primeiro colo e seus beijos.
Num domingo, tive a oportunidade de visitar o Sr. Cláudio. Era o dia da primeira comunhão de Leila Maria. Enquanto sua madrinha de batismo e outras amigas finalizam o almoço, o Sr. Cláudio quis que eu conhecesse sua casinha simples, mas acolhedora. Mostrou-me o quarto dos filhos e na porta se deteve e pediu para olhar as estampas e fotos, penduradas na parede, atrás da cabeceira das camas.
-“ O senhor está vendo ali? Juntamente com a estampa de Nossa Senhora Aparecida, pus a foto de minha falecida esposa. Assim meus filhos sabem que eles tem duas mães: Maria, a mãe de Cristo, e Mariza, minha esposa, que os trouxe na barriga. Desta maneira sabem como era sua mãe quando estava viva e a recordarão sempre. Para Leila Maria, aquela fotografia é especial porque ela não teve a felicidade de ver e conhecer sua mãe. Mãe, é sempre mãe, mesmo faltando. Por isso eu quero que eles amem as duas: Mariza, a mãe deles, e Maria, a Mãe de Cristo e de todos.” (Testemunho: Pe. Olmes)

Para dialogar:
- Qual é motivo para ter fotos de pessoas amadas? Quando olha a foto de sua mãe ou uma estampa de uma grande mãe, como Nossa Senhora, o que vem à sua mente?
Leitura do Evangelho (Lc. 1,41-45)

"Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.”
(Fazer alguns momentos de silêncio. Dialogar sobre as duas histórias. Finalizar rezando uma Ave Maria, uma dezena do terço ou o terço completo)
Conclusão: Deus Pai que escolheu Maria para ser a Mãe de Jesus, abençoe nossas mães e a nós, em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!



(esse texto foi retirado do Jornal Peregrinos edição impressa de maio de 2008)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Maio, mês da Mãe Maria

Estimados Peregrinos e Peregrinas:

Estamos iniciando o mês de Maio. É o mês das Mães. Parabéns a todas as mães. É o mês de Maria. Santa, Mãe de Deus e nossa.

Gostaria de retomar a caminhada da fé e de vida de oração. Estamos nesse ano do Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil. Nesses cem anos de História de lutas e conquistas, e sobretudo de esperança - fico a imaginar quantos foram os momentos de intimidade com Maria: pela oração, pedidos, agradecimentos, e quanto foi a experiência de sentir a presença da Mãe nesta caminhada histórica de esperança e fé. Os cristãos católicos que rumaram ao Brasil, sentiram que Maria estava junto deles ao atravessar o mar da vida na esperança. Quantas foram as vezes que nestes cem anos de imigração ao Brasil, vossos antepassados pronunciaram com confiança e fé a oração do Anjo: “Ave Maria, cheia de graça ...”, e professavam sua fé na oração que se segue... “Santa Maria Mãe de Deus rogai por nós...”. E sentindo-se tomados pelas mãos da Santíssima Mãe, reconheciam a esperança do amanhã, saudando Maria com a belíssima oração: “Salve Rainha Mãe de misericórdia vida doçura esperança nossa salve...”
Por isso, meu irmão e minha irmã, convido nesse momento a unirmos nossas vozes e cantar como Maria cantou: “Minha alma glorifica o Senhor, em Deus meu Salvador...”. Nestes cem anos de caminhada de fé, agradeçamos a Deus pelo dom da esperança e da fé. Renovemos neste Centenário da presença Nipônica no Brasil, a nossa fé. Somos caminheiros, e o caminho se faz caminhando.

Vamos celebrar com júbilo a vitória! A Mãe de Deus e nossa, sempre esteve junto dos seus, e está... Ela é a nossa advogada, Ela é a Estrela do amanhã. Ela nos indica o Caminho de Seu Filho Jesus... e no caminho de seu Filho, somos discípulos, aprendendo com Maria a fazer tudo o que Ele nos disser.

Em sua trajetória de fé, nestes cem anos, com certeza vossos antepassados reconheceram em Maria, aquilo que São Germano, já em suas orações expressava como um filho confiante: Se formos abandonados por vós, onde nos refugiaremos? Vós sois o Espírito e a vida dos cristãos. Assim como a respiração nos fornece a prova de que nosso corpo possui ainda energia vital, assim vosso santíssimo nome, incansavelmente pronunciado pela boca de vossos servos em todo tempo e lugar e de toda maneira, é mais do que a prova, é a causa da vida, da alegria, do socorro para nós. Do livro: OS CINCO MINUTOS DE MARIA... Reflexões sobre a Virgem para cada dia do ano.

Convido a todos nesse ano do Centenário, juntamente com a Pastoral Nipo Brasileira, que em sua romaria em Julho/2008 fará sua consagração a Nossa Mãe Santíssima, em seu Santuário de Aparecida, quando pedirão a Ela: “Daí-nos a Benção ó Mãe querida, Nossa Senhora Aparecida”.



Pe. Dirceu Sudário de Freitas
Igreja Católica de Matsugamine, Tochigi-ken




(artigo de capa da edição impressa do mês de maio do Jornal Peregrinos)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Kibou wo motte ayumu tami (Portadores de esperança)


Em frente ao cais do porto, no Meriken Park, na cidade de Kobe, província de Hyogo, há 580 kms ao sul de Tóquio, ergue-se um monumento representando uma família com o olhar fixo no horizonte. O filho, ainda pequeno, com sua mão levantada indica a mesma direção do olhar de seus pais. Nos quatro lados do pedestal a inscrição em japonês, inglês, espanhol e português: “de Kobe para o mundo”. Ao lado, uma fotografia antiga mostra uma pequena multidão de pessoas sérias e pensativas, embarcando no navio em cuja proa pode-se ler: “Kassato Maru”. Este era o nome do navio cargueiro, adaptado para levar migrantes japoneses ao longínquo Brasil, que zarpou de Kobe no dia 28 de abril de 1908.
Os rostos com expressão triste e a determinação de partir em busca de dias melhores, revelam dois aspectos do fenômeno migratório: a dramacidade e a esperança.
Kobe, Yokohama e outros portos do Japão, foram o palco onde mais de 250.000 japoneses , ao partir para o Brasil, deram e ouviram um “até logo”aos seus familiares e país, mas que na verdade, para a maioria, foi um “até sempre”.Devido às circunstâncias, a terra que era para ser temporária, passou ser a terra na qual não só plantariam café, e produtos agrícolas sazonais, mas seria o solo onde estabeleceriam sua residência permanente. Na atualidade, cacula-se que os descendentes nikkeis no Brasil chegam a 1 milhão e meio de pessoas.
Mas a “terra dos sonhos”, como os agentes de migração costumavam chamar o Brasil para atrair migrantes para ele,nem sempre foi uma realidade. No início da década de 90, quando o Japão passava por um período de crescimento impressionante, mas com uma grande escassez de mão de obra, no mesmo período, o Brasil enfrentava uma crise econômica aguda e a taxa de desemprego era muito elevada. Foi, então, que o Japão decidiu trazer descendentes de japoneses para preencher as vagas de trabalho em suas indústrias.
A decisão do governo japonês desencadeou um movimento migratório sem precedentes, tendo atraído mais de 300.000 brasileiros para a terra de seus antepassados. Na Terra do Sol Nascente, eles trabalham na pequena e média indústria. Eram classificados como “dekasseguis”, trabalhadores temporários. Contudo, hoje em dia, a opinião geral assinala que essa classificação inicial está sendo substituída por “residentes permanentes”.
Essa massa de migrantes, longe de sua terra natal, está celebrando o centenário desde que seus antepassados migraram para o Brasil. Para celebrar o evento nada melhor do que se reunir no mesmo lugar de onde eles partiram, no porto de Kobe, hoje transformado em área turística, chamada Meriken Park. Os motivos de estarem aqui são os mesmos de seus avós e bisavós, A esperança em dias melhores, agregando não só dinheiro às suas vidas , mas também valores morais, religiosos e familiares, é a força que os faz superar os obstáculos. Tudo isso precisava ser celebrado.
O dia 27 de abril de 2008, com um sol brilhante, tempetatura amena, a primavera com sua exuberância, foram os presentes de Deus, para que o povo migrante, juntamente com os autóctenes, autoridades civis e religiosas celebrasse a história de quem partiu e a história de quem chegou há pouco.
Sendo que a maioria dos migrantes brasileiros professam o catolicismo, a celebração de uma missa com o tema “portadores de esperança”, abriu as comemorações. No ofertório foram apresentados símbolos do trabalho dos antepassados bem como símbolos de seus descendentes, agora, no Japão. Balões com as cores dos dois países adornaram o palco.
Seguiram-se espetáculos de músicas e danças nas quais foi possivel perceber elementos de ambas as culturas combinados em harmonia.
Contudo, estava faltando um dos momentos mais esperados: o culto interreligioso e ecumênico. Ministros das religiões buditas e shintoístas, e dos cristãos, católicos e protestantes, ocuparam o palco para dar suas mensagens e orar, cada um de acordo com sua fé. Concluíram, unindo as mãos para rezar juntos pela paz e confraternização entre os povos de diferentes religiões e culturas.
A migração, apesar de ter seu lado dramático, com uma considerável dose de sofrimento, além de incentivar a esperança, oferece uma oportunidade sem igual para a aproximação das pessoas, no respeito pelas diferenças. O passo que segue é fazer das diferenças uma inesgotável fonte de enriquecimento humano e espiritual. Os migrantes brasileiros no Japão estão indicando o caminho.

Padre Olmes- Tóquio

Vejam mais fotos e videos do evento no nosso album Centenário da Imigração:

http://picasaweb.google.com/web.peregrinos/CentenarioDaImigracaoKobe27DeAbril2008

http://picasaweb.google.com/web.peregrinos

(O evento foi um sucesso e amplamente divulgado pela mídia brasileira e japonesa. Estima-se que mais de 5 mil pessoas estiveram por lá. As comunidades catolicas da Diocese de Saitama estiveram representadas por cerca de 60 pessoas de Ibaraki, Tochigi e Gunma.)

As mãos que trabalham

PRIMEIRO DE MAIO DE 2008

As mãos que conhecem a matéria e as leis,
serão capazes de conhecer o espírito e suas pontencialidades;

As mãos que afagam os elementos da natureza,
serão capazes de afagar o corpo e a alma de cada pessoa;

As mãos que reviram a terra para o plantio,
serão capazes de revirar o terreno do próprio coração,
onde as sementes novas poderão germinar;

As mãos que manipulam e dão forma ao barro,
serão capazes de manipular e dar forma aos próprios desejos;

As mãos que transformam o metal e a madeira,
serão capazes de transformar os laços interpessoais;

As mãos que tecem o linho, a lã e o algodão,
serão capazes de tecer novas relações sociais e políticas;

As mãos que lavam, purificam e remendam,
serão capazes de depurar os virus e males do corpo social;

As mãos que executam projetos e sonhos de outros,
serão capazes de forjar e executar utopias próprias;

As mãos que contsroem máquinas e erguem edificios,
serão capazes de levantar do chão uma sociedade recriada;

As mãos que rompem leis e fronteiras,
chamando os pés a percorrer inóspitos caminhos,
serão capazes de mover o motor da própria história,
na busca e construção de uma cidadania universal.

As mãos que a partir do mármore, da pedra e da madeira,
das cores e dos sons, das palavras e das imagens,
dão forma e vida às mais belas obras de arte;
serão capazes de extrair o sentido profundo da existência
a partir da matéria bruta e informe do cotidiano;

Enfim, as mãos que trabalham,
Serão capazes de criar, de sonhar e amar.

Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
1º. De Maio de 2008
(recomendado por Pe Olmes)

Mapa de acesso - Igreja Católica de Tsuchiura

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