sábado, 12 de janeiro de 2008

Jornal Peregrinos (Japão-Brasil 100 anos)

2008 é o ano do Centenário de Imigração Japonesa ao Brasil. O Jornal Peregrinos gostaria de dedicar um pequeno espaço aos heróis imigrantes das familias de brasileiros da comunidade católica da Região de Kanto. Queremos conhecer um pouco da história dos seus pais, avós, ou bisavós japoneses que um dia foram em busca de uma vida melhor no Brasil.

Mande a sua história para o Peregrinos!



Nossa família peregrina (1)
Meus avós, Shizuka e Yutaka Matsuo



Yutaka e Shizuka Matsuo eram meus avós por parte de mãe. Moravam na Província de Saga, já eram casados e trabalhavam em um “ryokan” (pousada estilo japonês) antes de embarcarem com toda a família da minha avó para o Brasil, nos anos 30. Sempre trabalharam com agricultura e moraram por longos anos no interior de São Paulo, região de Marília, e depois se mudaram para o norte do Paraná, região de Maringá. Minha avó era a filha mais velha e uma mulher de pulso forte e rígida nos costumes japoneses, mas sempre pronta ajudar ao próximo. Junto com meu avô, que era um homem muito justo e respeitado, eles eram referência da comunidade nipônica local como conselheiros e “nakodo” (casamenteiros).
Quando criança, lembro-me de passar as férias de fim de ano no sítio de meus avós. Nessa época, o preparo da ceia de Natal e Ano Novo incluía a confecção de quitutes nipo-brasileiros tais como pamonha, curau, pastel, pernil e frango assado no forno a lenha, “manju”, “norimaki”, “nishime”, entre outros, mas quase tudo feito com vegetais, porco e frango criados ali mesmo. Tudo regado a muita união e animação entre os familiares. Quando conseguíamos comprar peixe fresco e levar, o meu avô era o responsável por limpá-lo e prepará-lo, recordando saudoso as suas funções no “ryokan”. Lembro-me também que havia um quarto escuro onde eram estocados o miso, shoyu, tsukemono, linguiça, salame, queijo, sabão de abacate ou banha de porco, feitos pelos meus avós e tios. No Ano Novo nunca faltava o “mochi-tsuki” animado com todos os parentes. O “mochi” era então, distribuído pela vizinhança.
Já aos 60 anos de idade, meu avô veio a perder a audição após uma cirurgia. Apesar disso, nunca demonstrou revolta, mantendo o típico bom humor. Minha avó, comunicava-se escrevendo com o dedo na palma da mão. Às vezes passavam longas horas conversando assim, outras vezes, quando o assunto não o agradava, ele se recusava a olhar a mão da minha avó. Sempre que os visitávamos, ele aguardava ansioso uma cartinha que eu e minha irmã escrevíamos em japonês contando novidades do nosso dia a dia. Ele guardava as cartinhas no bolso da camisa e as relia várias vezes.
Meus avós foram um exemplo de vida em comunidade, e também de postura sempre realista e positiva diante dos problemas que enfrentaram na vida. O seu estilo de vida ensinou-nos os valores da cultura e tradição japonesa sem se fechar à cultura brasileira.
Cintia Niva
Comunidade de Tsuchiura
(artigo retirado do Jornal Peregrinos da edição de janeiro de 2008)

2 comentários:

Anônimo disse...

por favor me orientem,batizei meu filho em outubro na igeja de kariya,e vejo que nw fiz uma boa escolha de padrinhos e um casal de amigos que conhecemos em maio do ano passado so agora descobri que ela e casada e o verdadeiro marido estar preso e ela comete adulterio com o padrinho do meu filho,eles falavam que morava juntos mas em quartos separados e por acaso descobri td e essa madrinha semana passada so pq meu filho de 2 anos nw obedeceu ela ela bateu nele e axo isso errado pois so quem poderia fazer tal ato seria eu e meu esposo,posso cancelar esse batismo.por favor em respondam fofanakuth@msn.com

Peregrinos no Japao disse...

Entendo o seu dilema. E uma situacao realmente delicada. Encaminharei sua duvida para um padre que podera te orientar melhor. Que Deus te ilumine para que ache a melhor solucao.

Mapa de acesso - Igreja Católica de Tsuchiura

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