segunda-feira, 7 de abril de 2008

Nossa Família Peregrina-4





Família Sakamoto



Sou da geração que fez o caminho inverso dos japoneses que imigraram para o Brasil. Nasci aqui no Japão e hoje convivo com as duas culturas, pois estudo em escola japonesa e vivo com uma família bem brasileira.
Minha história como descendente de japoneses, é um pouco diferente das outras. Meu bisavô foi para o Brasil bem jovem, logo nos primeiros navios, chegando lá se instalou na cidade de Bastos, interior de São Paulo, e como todos os outros japoneses foi trabalhar no campo, logo conheceu minha bisavó através de “omiai” e se casaram, dessa união nasceu meu “ditchan” Teruo Sakamoto.
Infelizmente, antes de completar dois anos, seu pai morreu e sua mãe conheceu uma outra pessoa e foi viver junto dela, deixando meu “ditchan” para ser criado pelo tio, o Sr. Yoshiharu Sakamoto que o registrou como filho pra que ele pudesse entrar na escola. Ele, junto com a Sra. Yori Sakamoto o criaram, dando estrutura para vida.
Logo com 17 anos meu “ditchan” foi morar no centro de São Paulo com uma prima e trabalhar na relojoaria do esposo dela. Depois conheceu minha “batchan” Bene Sakamoto, que não é descendente, e se casaram. Dessa união nasceu meu pai ,Marcos, que também é filho único, e foi criado totalmente brasileiro, sem muito contato com os avós, pois moravam longe e morreram enquanto ele ainda era pequeno.
Daí veio a onda dos brasileiros que estavam retornando para o Japão e meu pai, aos 22 anos, se casou com minha mãe Imaculada e vieram para o Japão com a cara e a coragem, sem saber nada desse país, sem entender sequer uma palavra. Logo no primeiro ano a minha mãe engravidou e aqui estou eu, Fernanda, que hoje tenho 10 anos e sirvo de intérprete pra família.
Quando fiz 2 anos, meu “ditchan” e minha “batchan” vieram morar conosco e hoje nossa pequena família já conta com mais uma integrante, minha irmã Letícia de 2 anos. Meu “ditchan” relembrou todo o japonês que tinha aprendido quando criança e é só com ele que consigo conversar em japonês, mas é bom, porque assim fico afiada no português e no japonês.
Acho que minha família é uma salada de frutas e acho que as frutas brasileiras são mais saborosas, mas somos muito felizes, graças a Deus, e que Ele continue nos olhando...





Fernanda Namie Sakamoto
Comunidade de Tsuchiura

Um comentário:

Anônimo disse...

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Mapa de acesso - Igreja Católica de Tsuchiura

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