terça-feira, 27 de novembro de 2007

Jornal Peregrinos: "Cantarei as misericórdias do Senhor!"

Cantarei as misericórdias do Senhor!

Louvor a Deus!

Inicialmente agradeço a Deus por todos os benefícios a mim concedidos, pelo dom da vida, pelos meus pais e irmãos, pela graça de viver estes últimos seis anos e meio aqui no Japão, por esta terra que aprendi a amar e que foi lavada pelo sangue dos mártires unindo esta nação ao céu. Agradeço o acolhimento do Bispo Dom Marcelino Tani; aos Padres: Inumata, Odoric, Yamaguchi, Pedro, Louis, Olmes, Dirceu; as irmãs: Teresa, Ofélia, Mônica, Matilde, Teresa (Clarissas), Furuya, Blanca, Maria Akatsuki, Mori; aos irmãos da Comunidade Vida e Aliança Unidade plena em Cristo; as comunidades: Isesaki, Honjo, Ota; e a todas as pessoas, amigos que passaram por minha vida, que fizeram e me fazem ser mais de Deus.
Nesta alegria quero cantar as misericórdias do Senhor.
Quantas vezes procurei fora, em coisas, pessoas, trilhei diversos caminhos, perdendo o rumo, andando como uma errante, procurando preencher um vazio interior.
Foi justamente no Japão que encontrei a Deus, foi-me concedida à graça de renascer, viver como “filha de Deus”, não só em palavras, mas em gestos e atitudes concretas.
Vim para o Japão com planos no futuro de montar no Brasil o meu atelier, eu me considerando uma artista plástica, e grande foi a minha surpresa, descobri que na realidade a obra a ser trabalhada sou eu, e que O artista é Deus. Sou uma obra inacabada onde O artista a todo instante modela, retoca, tira excessos, muda formas, cores, desmancha algumas áreas, refaz outras, corrigi.
Foi pela misericórdia que o Senhor veio em meu resgate, posso dizer como São Paulo, “Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro” (1Tm 1,15). Seu amor está acima de tudo e sempre pronto a perdoar.
Quantas vezes resisti a este amor e deixei Deus a me esperar. Pude perceber que Deus na Sua insistência, não desistiu de mim e também não desiste de nenhum de seus filhos. Quando fui encontrada por Àquele que me procurava, todo o vazio interior desapareceu, e, como conseqüência, passei a seguir Jesus, a cada dia querendo ser mais d’Ele, toda d’Ele, e pregar o Seu nome. E a exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus descobri que minha vocação é o amor.
A partir de Cristo encontrei a minha essência, identidade, vocação.
Vou contar uma história: uma criança achou uma bala dentro de um vaso, ao colocar sua mãozinha no mesmo, pegou a bala e ao tentar tirar sua mão do vaso, não saía por estar fechada, segurando o doce. Começou a chorar, espernear, mas não soltava a bala, sua mãe e sua avó tentaram convencê-la que era necessário soltar a bala, mas nada feito. Seu avô ao passar pela sala, em silêncio, viu toda a cena, saiu, foi para a cozinha e ao voltar tinha as mãos cheias de balas e bombons. Imediatamente a criança soltou a bala e correu ao encontro do avô agarrando os doces.

Como esta criança, eu e creio que muitos, teimamos em tantas situações continuar segurando a bala que tanto queremos obter e desprezamos os doces do Senhor que são os melhores para nós, estacionamos e impedimos a graça acontecer.
Hoje digo que estou soltando a bala e indo ao encontro dos manjares de Deus, deixando pai, mãe, irmãos, amigos, o Japão, e indo adiante na minha vocação para a vida religiosa. Levo daqui o maior tesouro, Jesus Cristo; e, também, cada um em meu coração.
Digo a você: Não tenha medo de fazer a sua experiência do amor de Deus e de acolher o plano de amor que Ele tem para a sua vida.

Fique com Jesus, Maria e José.

Simone Akemi Tei
(Comunidade Católica de Isesaki)

(Artigo do Jornal Peregrinos edição de novembro 2007)

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Mapa de acesso - Igreja Católica de Tsuchiura

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