quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Pe Dirceu em sua terra natal

FOTOS DA VISITA À COMUNIDADE NIPO-BRASILEIRA DA CIDADE DE CAPÃO BONITO - CIDADE DE ORIGEM DO PE DIRCEU, ONDE O PE. AGOSTINHO NAGAYAMA E A IRMÃ INÊS NODA DÃO ASSISTÊNCIA PASTORAL NA COMUNIDADE DE SÃO CRISTOVÃO. ELES CELEBRAM A EUCARISTIA TODO PRIMEIRO DOMINGO DO MÊS. PE DIRCEU CONCELEBROU COM PE. AGOSTINHO NO PRIMEIRO DOMINGO DE FEVEREIRO DE 2008, EM OCASIÃO DE SUA VISITA AO BRASIL.


domingo, 24 de fevereiro de 2008

Jornal Peregrinos (Japão-Brasil 100 anos)

Nossa família peregrina (2)
Joji e Mitsuko Nohara, em busca de um sonho

Joji e Mitsuko Nohara eram meus avós por parte de pai. Joji, meu avô, era da província de Hiroshima. Sua família tinha uma loja onde vendiam "gueta" (sandália japonesa). Aos 16 anos de idade embarcou para o Brasil com toda família. Eles moravam bem próximo de onde caiu a bomba atômica que atingiu a cidade de Hiroshima. Se não tivessem imigrado para o Brasil, com certeza teriam sido atingidos pela bomba. Minha avó, Mitsuko, morava na província de Kumamoto. Sua família trabalhava com agricultura, e aos 12 anos de idade imigraram para o Brasil. Lá, mais tarde, eles se conheceram, pois ambas famílias moravam em Tomeaçú interior do estado do Pará, onde trabalhavam com agricultura. A comunidade nipônica ali era muito grande na época.

Os filhos só aprenderam o Português quando freqüentaram escolas brasileiras, pois dentro de casa só se falava japonês. Mas meu avô aprendeu com certa facilidade o português, pois havia morado até os 12 anos de idade no Havaí, onde aprendera a falar inglês também. Já a minha avó, sempre falou português com certa dificuldade. Casaram-se e continuaram morando lá até criar todos os filhos.
Mais tarde se mudaram para a cidade de 3 de outubro, também interior do estado do Pará, mas logo depois se fixaram na cidade de Castanhal, que fica a, aproximadamente, 65km da capital Belém, onde tinham uma barraquinha na feira da cidade. Meus avós sempre gostaram de mexer com a terra e passaram para todos os filhos essa paixão.
Eles tiveram uma vida difícil no começo, como a maioria dos imigrantes japoneses. Meu avô chegou a ser preso como outros homens da comunidade quando o Japão perdeu a guerra. Tiveram suas casas queimadas e só as mulheres ficaram para poder reerguer tudo e esperar seus maridos e filhos voltarem. Lembro-me do meu pai contando que sua avó havia escondido o dinheiro que tinham em uma lata e enterrado no quintal da casa. E foi com esse dinheiro que as mulheres conseguiram se manter de certa forma até os maridos e filhos retornarem. Apesar de todos esses altos e baixos, meus avós eram pessoas muito alegres, e extremamente carinhosos com os netos. Sempre nos passaram os costumes japoneses através de musicas de roda e brincadeiras típicas do Japão. Meu avô era também um craque em Guetobouru (um jogo japonês, um tipo de golfe modificado). Lembro de ter brincado muito com ele e com meus primos na nossa infância.

Minha avó era uma mulher guerreira, um exemplo de mulher. Lembro quando ela me falou para correr atrás da própria felicidade pois ela não vem até nós se não a buscarmos. Ela dizia que ela e meu avó só conseguiram ficar casados por 50 anos porque tinham casado por amor, coisa rara na época, onde muitos se casavam por omiai.

A maior alegria deles foi quando os filhos os trouxeram para passear aqui no Japão, quando cada um retornou à sua terra natal. Minha avó ainda conseguiu reencontrar a prima que não via há mais de 50 anos.

Meus avós foram exemplo de superação e perseverança em busca de um sonho. Foram pessoas que imigraram para uma terra distante sem falar o idioma e sem, sequer, conhecer algo da cultura local. Por isso, tento me espelhar no exemplo que eles deram toda vez que me deparo com uma dificuldade aqui no Japão.

Kiara Castro
Comunidade de Tsuchiura


(artigo retirado do Jornal Peregrinos da edição de fevereiro de 2008)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO EM KOBE

CONVITE PARA A CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO
DA IMIGRAÇÃO: JAPÃO -BRASIL


DIA – 27 DE ABRIL DE 2008 – 4º. DOMINGO
LUGAR- MERIKEN PAAKU (PARK) – KOBE

PROGRAMAÇÃO:
10:00
– Celebração Eucarística
11:00 – Abertura
Apresentação de músicas brasileiras
11:00-16:00 – Feira Brasil e barracas de comidas brasileiras
13:00 – Início da Solenidade Oficial:
Culto Inter-Religioso com representantes de diferentes Igrejas e Religiões.
Saudação – Cônsul Geral do Brasil, Governador de Hyogo-ken, Prefeito de Kobe...
Intercâmbio cultural Brasil-Japão: Samba, capoeira, Yosakoi, Cantores/cantoras... (Mariko Nakahira)
Cerimônia de desembarque – Kobe- Santos
(Programação ainda sujeita a mudanças)
Caravana para Kobe

A Coordenação Diocesana de Pastoral Brasileira de Saitama (Saitama, Gunma, Tochigi e Ibaraki) está organizando uma caravana para participar do Evento do Centenário em Kobe.
Inscrições até o dia 20 de março de 2008
Viagem de Ônibus:
SAIDA - dia 26/04 (sábado a noite)
CHEGADA - dia 28/ 04 (segunda feira de manhã)
Passagem : Em torno de ¥10,000 ~12,000 (ida e volta) por pessoa.
Pessoas encarregadas de cada Região :
●Região de Gunma – Roque 090-8433-8302 (Ota e Isezaki)
●Região de Saitama – Sergio e Mariza 0480-23-2164
.........................................Lúcia Goto 0495-21-6771 (Honjo)
●Região de Tochigi – Antonio e Cida 080-50262348
●Região de Ibaraki – Celso 080-1109-2560
. ......................................Sérgio e Eliane 090-2546-5205
Responsável: Irmã Teresa Shirahama (090-9246-9715)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Coluna do Pe Louis Roguet

Eu gosto muito deste tempo de Quaresma, de vivência com a pedagogia da Igreja, nas leituras, as cores, os jejuns, os esforços para mudar algumas coisas que atrapalham, tudo isso ajuda para que a cada ano mudemos um pouco para melhor, e também para esperar com muita ansiedade a Ressureição de Cristo, nossa VITÓRIA sobre a morte. Quando estava no Brasil sempre ficava triste de ver o povo tão numeroso na Sexta-feira Santa (morte de Cristo) e quase ninguém para festejar a Ressureição.

Esse artigo eu escrevi há alguns anos atrás para o Jornal Peregrinos e achei que seria bom colocar no blog para explicar o que é a Quaresma e o que se faz durante esse tempo, pois muitos não sabem.

Eu vos desejo um bom caminho de convesão!

Pe. Louis Roguet*
MOPP - Missão Operária São Pedro e São Paulo
(louismopp@hotmail.com)

* Pe Louis e suíço, antes de vir ao Japão, morou no Brasil por mais de 10 anos. Ele celebra missas em portugues em Higashi-Matsuyama (1º dom/16:00), Kawagoe (4º dom/16:00) e Ota (3º dom./15:30)



Quaresma, 40 dias de Conversão e Libertação
Já estamos na Quaresma, um tempo de conversão e libertação. Ela inicia com as Cinzas: “Você é pó e voltará para o pó. Convertei-vos e acredite no Evangelho”, e vai até a Páscoa. São 40 dias que vão lembrando os 40 anos no deserto que o Povo de Israel precisou para se converter e entrar na Terra Prometida.
Jesus também antes de iniciar sua evangelização, quis ficar 40 dias no deserto jejuando e rezando. O demônio veio tentá-lo dizendo: “Se és Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães”. Jesus então respondeu: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da Boca de Deus” (Mt 4, 4).
Assim, a Igreja nos oferece esta oportunidade de nos converter, ou seja, tomar um outro caminho para nos tornar livres e sermos mais filhos e filhas de Deus. Para isto, precisamos refletir sobre o que nos escraviza e que não nos permite ser imagem de Deus (Gn 1, 26):
A comida, a bebida, o cigarro nos escravizam, sempre cobrando mais e nos levam à doença e à morte.
O sexo que impede ver os outros com um olhar puro e gratuito, ocupa nossa imaginação e nosso coração, transformam os outros em instrumentos do prazer, ao invés de ser amor e dedicação. Este também leva à doença e à morte do coração e da família.
A violência, a mentira, as fofocas e o ódio que destróem as relações na família, no trabalho, impedindo a construção de um mundo solidário, de paz e de amor.
O dinheiro, que cria uma fome de possuir jamais satisfatória e nos torna escravos: trabalhar, trabalhar e trabalhar... não temos mais tempo de partilha, de descanso, nem de participar da comunidade cristã.
A aparência: cabelos, perfumes, vestidos que precisam de dinheiro e tempo. Assim nos tornamos escravos da aparência, e não sobra mais tempo para ser imagem de Deus, transparecendo a beleza de Deus que Sua Palavra faz brilhar no rosto de quem a lê e a pratica.
A preguiça que nos impede encontrar os irmãos e mais ainda a Deus, deixando de ler cada dia o Evangelho (a Boa Notícia de Jesus Cristo), de rezar e de participar da comunidade que se reúne aos domingos. Assim, a pregüiça deixa fora este Deus que bate na porta de nosso coração para entrar e compartilhar conosco (Ap 3,20).
É assim que vivia (ou melhor morreu) o Povo de Deus no deserto. Temos que cuidar para não precisarmos ouvir o que Deus falou à eles: “Por quarenta anos, estive desgostoso com essa geração e disse: É um povo de coração transviado, que não reconhece meus caminhos... por isso, jamais entrarão no meu repouso” (Sl 95, 10). O autor da carta aos Hebreus nos aconselha: “Portanto irmãos, tenham cuidado para que não haja entre vocês nenhum homem (mulher) de coração perverso e sem fé, que se afasta do Deus vivo.
Animem-se uns aos outros a cada dia, enquanto dura a proclamação desse hoje, a fim de que ninguém de vocês se endureça enganado pelo pecado. De fato nos tornamos participantes de Cristo, contanto que mantenhamos firmes até o fim a fé que tivemos desde o início” (Hb 3, 12-14).
O Hoje de Deus é nosso “cada dia”. Nesta Quaresma por que não iniciar cada dia com a escuta da Palavra de Deus e se tornar assim companheiros de Cristo? “Ele é o sumo sacerdote que atravessou os céus, Não temos fraquezas, pois ele mesmo foi provido como nós, em todas as coisas, menos o pecado” (Hb 4, 14-15).
Ele é assim capaz de nos ajudar e guiar o nosso dia-a-dia. Vamos fazer as leituras que a Igreja, como uma Mãe, nos dá a cada dia:
• A primeira que nos mostra a luta do Povo de Deus para se converter e as propostas de conversão proclamadas pelos profetas.
• O Evangelho que nos revela a misericórdia de Deus e a salvação do Filho de Deus, Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, que caminha a nossa frente e vai dar a própria vida para nos salvar.
Assim respondemos ao mandamento de Deus, o primeiro e sempre recordado: Ouvi Israel. E depois, o que podemos fazer para nossa conversão?
Reduzir o tempo de televisão ou vídeo, e assim tomar tempo de ler um bom livro, partilhar com a família e os amigos. A gente se torna mais imagem de Deus e deixa um pouco de lado as imagens do mundo e os ídolos (cantor, esportista, ator) que geram violência, paixões e desejos de consumo.
O jejum: ele é fonte de liberdade, pureza e saúde. Quando jejuar, tome muito líquido e um pouco de sal, assim não vai desmaiar, mas sim sentir alegria e paz. Se não conseguir jejuar um dia, pode fazê-lo (por exemplo na 6ª. feira) o jejum de uma refeição, ou da carne, ou do doce. Ver aquilo que nos escraviza e se libertar... e utilizar o dinheiro poupado para ajudar um pobre que não tem o que comer, tornando-se uma pessoa com melhor saúde e mais irmão universal.
O importante é se esforçar cada dia para realizar nossa conversão. Deus que é Pai, sabe nossa fraqueza, e vai se alegrar das nossas boas disposições de conversão. Ele vai se revelar cheio de misericórdia e de compaixão, e vai dar a paz e a alegria de Filhos e Filhas de Deus. E quem sabe, tentando mudar um pouco de vida, você vai descobrir sua fraqueza e seus pecados. Por que não aproveitar deste tempo para procurar o Sacramento da Reconciliação? Assim, confessar os seus pecados, receber o perdão das mãos do sacerdote, receber a graça de melhora e também poder comungar no corpo e no sangue deste Jesus, que deu a própria vida para nos salvar e quer viver conosco. Portanto, “aproximemos do trono da graça com plena confiança a fim de alcançarmos misericórdia, acharmos graça e sermos ajudados no momento oportuno” (Hb 4, 16).
Boa Quaresma e boa caminhada de conversão.
(artigo publicado no Jornal Peregrinos impresso, edição 33, fevereiro 2005. Arquivos PDF disponiveis em http://br.geocities.com/peregrinosjapao/Peregrinos_Fev05.htm)

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Missa com o Bispo e projeto da Igreja de Joso

Em janeiro, a comunidade de Joso (Mitsukaido) teve a graça de contar com o Bispo Dom Marcelino Tani Daiji presidindo a missa pela segunda vez. Dessa vez, a comunidade teve o privilégio de ter uma equipe especial de padres internacionais celebrando a missa.

Estiveram lá, o Pe Michael (irlandes), da Igreja de Tsukuba, o Pe Olmes (brasileiro) e um amigo seu, o Pe Mauricio (mexicano). O Diácono Nagasawa também esteve presente.

Após a missa, o projeto da Igreja de Joso foi apresentado para toda comunidade pelo engenheiro e arquiteta responsáveis. A igreja comportará cerca de150 pessoas sentadas, terá um salão que servirá primariamente para atividades com as crianças da comunidade (catequese, brincadeiras, aulas de idiomas, etc), mas se removida a porta, permitirá visão total do altar no momento da missa. O segundo piso, com dois quartos, cozinha e sala será destinada para hospedagem de padres e irmãs. A área dos fundos terá um mini campo de futebol para atividades ao ar livre. O Bispo Dom Tani fez questão de enfatizar que a Igreja Multicultural de Joso será fruto do esforço, integração e fé de brasileiros, japoneses, peruanos e demais estrangeiros. A inauguração da Igreja deve acontecer ainda esse ano, marcando o Centenário de Imigração Japonesa para o Brasil.
(Missa em Mitsukaido, todos os terceiros domingos as 18:30)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Jornal Peregrinos- SANTO DO MES DE FEVEREIRO

Dia 3 de fevereiro – Dia de São Brás
Na liturgia da Igreja Católica São Braz é mostrado com velas nas mãos e em frente a ele, uma mãe carregando uma criança com mão na garganta, como pedindo para ele curá-la.

Ficou famoso porque retirou de uma criança, sem nenhum instrumento, um espinho que o mesmo tinha na
garganta. Por isso é considerado padroeiro das doenças da garganta e no dia de sua festa, três de fevereiro, nas cidades da Espanha e algumas do interior do Brasil, as mães levam os filhos para benzerem a garganta.

Segundo a Tradição, ele teria curado muitas pessoas atormentadas pelas aflições e desalentos da vida. Em Sebaste, foi ordenado bispo e foi martirizado na perseguição de Licínio em 323, pelas mãos do então governador da Capadócia de nome Agrícola.

Invocado na Rússia pela cura dos animais e pela proteção contra as doenças especialmente de garganta, São Brás tem em sua vida, como companhia, em uma gruta do Monte Ageu, animais selvagens e a solidão da vida reclusa.

Oração
Senhor, pelos méritos de São Brás, pede-vos por minha saúde e, especialmente, que me liberteis dos males da garganta. Rogo-vos, também, por minha vida espiritual. Libertai-me da preguiça na oração, pois é a única maneira de manter-me sempre unido a Deus.
Amém.
São Brás, rogai por nós.



(Essa coluna foi preparada por Erica S. Tamura, Roxane M. Tikazawa, Monique V.B. Costa e Fabio Tamura Jovens Peregrinos da Comunidade Católica de Tsuchiura)
Texto retirado do sítio eletrônico: http://www.cademeusanto.com.br/sao_braz.htm

Jornal Peregrinos - PERDOAR, UM CAMINHO DE LIBERTAÇÃO


A Quaresma é um tempo que a Igreja nos dá para conversão e entrar no caminho que conduz ao Pai. É um tempo para sermos como o filho pródigo, que volta ao Pai depois de uma vida longe Dele cheia de vícios e pecados, mas recupera a vida, a filiação e a casa, sentindo novamente o calor do abraço do Pai e da Mãe: “vamos festejar, porque este meu filho estava morto e viveu, estava perdido e foi achado“ (Lc 15,24)
O caminho da Quaresma tem como guia a Palavra de Deus, lida, memorizada e cumprida. Cada dia tem o seu programa e precisa de vontade e de perseverança. Uma grande mensagem da quaresma é que reconheçamos os nossos pecados e que peçamos perdão. Deus nos ama tanto que Ele nos deu Seu próprio Filho, mas Lhe somos sempre ingratos e nunca o escutamos. Jesus nos revela que para ser perdoado é preciso perdoar e isto também rezamos na oração do Pai nosso.

Perdoar é, realmente, um caminho de libertação:

Regina é boliviana. Quando criança, seu pai abusou dela sexualmente muitas vezes e teve uma infância sofredora. Ela se casou muito jovem procurando amor e paz, mas no nascimento da quinta criança, o marido a abandonou. Ela, então, convidou o pai, viúvo, a viver com eles. Logo ela descobriu que o pai tentava abusar da própria neta e foi se aconselhar no serviço social. Disseram -lhe para denunciar o pai na polícia para que fosse preso, mas ela respondeu: “Ele é meu pai, fraco, mas eu não quero ele preso, quero ele feliz e livre.” Ela conseguiu falar ao pai: “Eu lhe perdoo tudo.” Ela, filha, gerou o pai numa vida nova, pelo perdão.

No Brasil, Giovana tinha um filho amado que foi morto por um tiro. Tanto ele como o assassino tinham 18 anos. Giovana odiava cada dia mais o assassino, que já havia sido preso, desejando que moresse logo, pois nunca poderia perdoá-lo. Um dia, não aguentando mais, ela decidiu visitar o rapaz na prisão e despejar todo o ódio que enchia tanto seu coração e a levou a adoecer. Porém, quando viu na sua frente um rapaz todo desfigurado pelos maltratos e tortura, os olhos chorando de vergonha e de arrepedimento, o seu ódio se tranfomou em misericórdia (ter um coração com a dor do outro) de compaixão (sofrer com a dor de alguém). Ela decidiu pedir a libertação do rapaz e convidou-o a viver em sua casa. Pouco a pouco ele se tornou o filho da casa, renascido. Ele se formou e agora trabalha como assistente social.O perdão de Giovana o ressuscitou. Perdoar faz o outro se levantar, o liberta e é fonte de alegria para quem perdoa e quem é perdoado

Ana Noeum, uma mãe do Cambodia diz: Os kmeres vermelhos mataram meu 10 filhos e meu marido mas eu não tenho ódio nem desejo de vingança no coração. Estou livre e confio tudo a Deus. Eu perdoei tudo. Perdoar é se libertar, renascer e gozar da paz e da esperança.

Jesus, torturado e crucificado, gritou: ”Pai perdoa esta gente, eles não sabem que estão fazendo” (Lc 23, 31). Ele nos mostra o caminho, ele é O CAMINHO. Vamos seguí-lo durante esta Quaresma. Você que já não consegue há muito tempo perdoar um pai, uma mãe, um irmão, uma irmã, um parente, um filho, o próprio marido ou a mulher, um amigo, até um inimigo, vamos tomar o caminho do perdão, nos libertar e libertar os outros. Assim o nosso coração se encherá de alegria e de paz, experimentando ser verdadeiros filhos e filhas do Pai do Céu. Vamos também aproveitar e fazer nossa confissão ao padre para reconciliar-nos com Deus e, desse modo, ressuscitarmos com Cristo na santa festa da Páscoa.

Boa Quaresma!

Pe Louis Roguet, mopp


(artigo retirado do Jornal Peregrinos edição impressa de fevereiro 2008)

Mapa de acesso - Igreja Católica de Tsuchiura

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